O sistema de saúde tradicional está derretendo : problemas que geram oportunidades
- Edivaldo Bazilio
- 1 de out. de 2024
- 3 min de leitura
Prontos ou não, a mudança já está ocorrendo! Há um tempo não muito distante, o comportamento do mercado de saúde brasileiro se desenhava em função das ofertas de serviços voltadas para tratamento de doenças, e até aí nada de errado. Certo?
Se olharmos para um passado recente do mercado de saúde, ele prosperava se fazendo das oportunidades que se desenhavam no ecossistema de planos de saúde privado que, atualmente, entregam uma cobertura que não passa de 25% da população brasileira. Não é de agora que este mercado vem se deteriorando, e as oportunidades que antes se destacavam hoje provocam arrepios nos empreendedores prestadores de serviços de saúde.
Três agentes se estranham neste processo e, o primeiro deles, é o Investidor do mercado de saúde, facilmente reconhecido como “prestador”, este vem assistindo às margens derretendo e gerando grandes impactos na sobrevivência do negócio. Os planos de saúde privados viraram um grande desafio e já não pagam mais o custo de muito que se entrega no sistema de saúde. Uma coisa é certa, o investidor quer retorno sob o investimento e cada vez mais este retorno se torna mais elástico, afetando frontalmente a sobrevivência de negócios em saúde, que ainda insistem na manutenção dos formatos tracionais, antes fruto de retorno garantido.
Na outra ponta, temos um interveniente “plano de saúde privado” que, a duras penas, busca previsibilidade para pagar suas contas, porém, muitos sucumbem a um sistema que se tornou complexo o suficiente que, nem mesmo quem o desenhou o reconhece mais. A manutenção e sobrevivência deste sistema está em declínio e tem levado muitos com ele. Fato este facilmente observado quando se analisa a importante redução no número de operadoras de saúde que, antes, passava de 1500 e hoje possui pouco mais de 600. Essa mudança está acontecendo e não há como fechar os olhos para este curioso cenário.
Entre esses dois ecossistemas que subsidiam a oferta e viabilização de serviços de saúde privado na saúde suplementar, temos o usuário. Este, cansado dos constantes aumentos e baixa qualidade na entrega de serviços, está buscando alternativas mais sustentáveis e equilibradas à sua condição, visto que plano de saúde está virando um artigo de luxo no mercado de saúde brasileiro.
Costumo dizer que onde residem problemas, nascem grandes oportunidades, e neste ambiente de pura desconfiança, uma coisa é certa: importantes mudanças no padrão de consumo já estão ocorrendo e grandes oportunidades já se destacam.
A passos largos, um “novo mercado de saúde” vem se destacando com oportunidades que fogem dos modelos tradicionais e atrativos aos formatos da saúde suplementar. Em um passado muito próximo, o caminho natural de um empreendedor era abrir seu negócio, desenvolver seu portfólio de serviços e abrir um departamento comercial para lutar por credenciamento de planos de saúde.
O “novo mercado” vem promovendo uma virada deste processo e a venda do produto ou serviço de saúde já antecede a própria existência do mesmo. Isso mesmo, você não está lendo errado! Em um mercado influenciado pelas necessidades do usuário, os serviços de saúde estão virando um grande laboratório de lançamentos. Aquilo que tem engajamento e adesão vira produto e/ou serviço e, quando o retorno promove viabilidade, vira negócio.
É um formato muito diferente dos modelos mais tradicionais e vem ganhando muito combustível, dado os novos formatos de consumo no mercado de saúde brasileiro, onde se observa um importante destaque aos serviços que promovem acesso e bem-estar.
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