Negócios em saúde: um jornada de desafios concretos.

Costumo dizer que empreender no Brasil não é coisa para aventureiros, visto que além dos desafios que enfrentamos com a transformação da própria ideia em algo viável, também enfrentamos os desafios fiscais e tributários que beiram o constrangimento (para não dizer outra coisa”. 

Ao passo que dados públicos apontam até 51 milhões de potenciais empreendedores no brasil nos próximos três anos, temos o triste cenário de 4 empresas fechando as portas a cada minuto no país. Na saúde, vejo um cenário gritante por novas iniciativas, visto um modelo -Frankenstein- de remuneração de serviços de saúde que já não se conectam com margens para conversão de caixa.  

A mais de dez anos temos uma variação de custo médico hospitalar(VCMH) ofensor, um IPCA que não colabora com a correção dos custos para incorporação de tecnologias e estratégias competitivas, além de um fator de correção dos contratos junto entre operadoras e prestadores que vem só depreciando e achatando as margens.  

Na ponta deste cenário, não podemos deixar de destacar os usuários que só fortalecem a perda de confiança e distanciamento desses modelos, ditos tradicionais. 

Onde há muita insegurança, certamente temos muitos problemas e no meu ponto de vista, não há ambiente mais promissor para um empreendedor que um cenário repleto de problemas. Lá estão as oportunidades que muitos insistem em ignorar! 

Quase que diariamente, recebo empresas prestadoras de serviços de saúde em situação de desequilíbrio de suas contas e, na maioria das vezes, tentando resolver seus problemas com iniciativas “mais do mesmo”. 

Observo que temos alguns fatores que foram decisivos para a situação em que elas de encontras.  

O primeiro deles, é o fato de se investir sem a devida aplicação de um plano de negócios. As vezes um sonho ou ideia podem ser fantásticos, más na prática, não entregam resultados e precisam de ajustes antes mesmo da abertura da operação. 

Na sequencia, temos a modelagem e a precificação de produtos e serviços, muitos tendem a fazê-las considerando o que é “valor” com base em seus princípios e experiencias e ignoram a real necessidade do seu potencial cliente.  

Por último e não menos importante que as demais, temos a efetiva gestão financeira do negócio. Observo empresas ainda com o hábito de misturar questões pessoais em suas empresas e esquecem o fato de que o CNPJ tem comportamento gerencial, fiscal e tributário deferente, e acabam gerando um série de desperdícios e passivos. 

Ao abrir um negócio, precisamos entendê-lo como um investimento e sabendo que é um investimento, precisamos controlar, da melhor forma possível, suas variáreis críticas.